RIO PARAGUAI

RIO PARAGUAI
Rio Da minha sorte!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Versos para um amor que morria...

Há nessa manhã um esquecimento
Um universo todo em sombras...
Alguém apagou na lua
Os rastros desse amor!
Antes disso,
Vi o dia inclinar-se
Longamente – das montanhas ao mar...
E já faltavam as palavras para o amor
E então, num verso
Sem assombros
Vi que o amor morria
E sem sobressaltos, escrevi:
_ Agora serão desertos os dias!

E, agora sozinha,
E  de tanto espreitar
O aparecimento da lua,
Dos entardeceres,
Guardo a ternura
Dos pássaros voltando aos ninhos
Já trazendo  sobre as asas
As sombras da noite
_ Por onde anda o meu costume de sonhar contigo!
E das manhãs, guardo a leveza dos voos
-São os pássaros, que com pena de mim,
Enternecidos de orvalhos
Levam  também  todos meus sonhos!

sábado, 25 de junho de 2011

Caetano Veloso -Sozinho

Aconchego


Próxima ao teu olhar
Eu me aninho...
Fico repleta de voos.
Um aconchego de asas
E então pressinto
um improviso
de amor nas manhãs...

Próxima ao teu olhar
Compreendo o encantamento
das sonoridades amorosas nas horas matutinas
!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sem ti


Nem mesmo consultas aos malmequeres,
Aos druidas, intuições
Ou poções com aromas de alquimistas medievais,
Trazem para a minha poesia
O consentimento para um dia
Feliz ao lado teu!
Assentou-se então sobre os meus dias
Manhãs, onde improviso  fugas
Para onde não chegam
As tuas luzes nem a ternura da tua voz!
Assim , sigo um tempo
Fingindo ter escolhido
A canção que não murmura
Ao vento o teu nome
E não nomeia os dias sem ti...
Foi-me embora um verão
Contemplado de cheias
Que alcançaram também
O forte onde escondi,
Das minhas próprias marés,
Com estranheza,  os incêndios do meu estio!

SONHOS


Em mim,
Houve uma manhã que foi tua,
Houve uma tarde que foi tua,
Houve uma noite que foi tua!
E todos os deuses e oráculos
Disseram:
_ Foi um dia inteiro de sonhos!

domingo, 12 de junho de 2011

LABIRINTO


Tenho dentro de mim um labirinto
Por não ter sido desertora
De todos os meus caminhos
Desisti sim,  das portas,
_ Não pude fechá-las...

Por isso, tenho ao meu encalço
Minotauros  empoeirados de tempo
Vampiros – convivas de penumbras poéticas
 e  de banquetes amorosos adiados...
 Parcas e Abaporus  -  heranças do meu
Amor antropófago...

E eu que nunca tenho pressa:
_Tenho o costume de fazer vigílias
Nas margens pelos caminhos
Corro o risco de ser alcançada
Antes que me protejam
Faunos de intensas ternuras,
Dríades que me esperam
Sob as sombras das minhas árvores,
E até o barqueiro que cruza o rio...
Do labirinto que há milênios anda comigo
 E é nele que em cada canto
 eu escondo o meu amor!